Cultivo do caju passa a contar com Zoneamento Agrícola de Risco Climático
Uma das culturas agrícolas mais tradicionais do Brasil, o cajueiro passa a contar, a partir deste mês, com o Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc). As portarias com o zoneamento da cultura em vários estados foram publicadas no Diário Oficial da União desta quinta-feira (17).
A nova ferramenta permite a indicação de datas e períodos de plantio por município. A análise leva em consideração características do clima, tipo de solo e o ciclo de desenvolvimento da cultivar. O objetivo é evitar que adversidades climáticas coincidam com as fases mais sensíveis da produção, minimizando as perdas agrícolas.
Como resultado desse trabalho, o Zarc identificou os municípios aptos para o cultivo do cajueiro no Brasil e os períodos de plantio das mudas no campo, em três níveis de risco (20%, 30% e 40%) e em conformidade com o tipo do solo (Tipo 1, Tipo 2 e Tipo 3) para o ano-safra 2021/2022.
De acordo com Marlos Bezerra, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia (TT) da Embrapa Agroindústria Tropical (Fortaleza-CE) e coordenador do Zarc Caju, a metodologia usada foi a mesma para as demais culturas. Os parâmetros, contudo, mudaram. “Pela primeira vez, utilizamos uma metodologia padrão para identificar as regiões aptas para o cultivo do caju, demonstrando a possibilidade de cultivo em novas áreas, como nos estados de Mato Grosso e Tocantins. Já há gente produzindo nessas áreas, mas com o Zarc essa atividade passa a contar com uma validação técnico-científica”, explica.
Ele acrescenta: “O Zarc estabelece as datas ideais para se levar as mudas ao campo. Isso vale até mesmo para as áreas novas. Tudo isso é baseado em um registro de 35 anos de dados climáticos. Usamos, nesse processo, mais de 3,5 mil estações meteorológicas de todo o país”.
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