Gadolando premia destaques do ano e defende nova política de preços para o leite
Em meio a forte presença de produtores, cooperativas, entidades financeiras parceiras e autoridades, a Associação de Criadores de Gado Holandês do Rio Grande do Sul (Gadolando) promoveu neste sábado, 14 de dezembro, a cerimônia de entrega do Prêmio Destaques Holandês 2024. O evento ocorreu no Pavilhão do Gado Leiteiro, no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio (RS).
A iniciativa premia criadores que se destacaram em 2024 ajudando na atividade leiteira. Foram agraciados criadores, entidades parceiras, cooperativas, poder público e imprensa que apoiaram a atividade, principalmente em um ano marcado por uma enchente sem precedentes no Rio Grande do Sul, em maio.
O presidente da Gadolando, Marcos Tang, lembrou que o produtor de leite teve uma ajuda tímida após a enchente de maio, enfatizando que muitos perderam o próprio solo. Mas lembrou que antes da enchente foram três secas severas. E neste período muitos produtores tiveram que vender algumas vacas para poder alimentar as demais, outros foram aos bancos pedir empréstimo, mas com excesso de burocracia. E após a enchente a ajuda na prática não veio, o auxílio aconteceu em grande parte entre os próprios produtores. “Foi muito mais conversa do que ajuda da porteira para dentro, pelo menos para nós, produtores de leite. Então, o que sobrou para nós? baixar a cabeça e trabalhar. Eu digo que esse é um setor que dá certo, porque trabalha. E não tem tamanho: pequeno, médio ou grande, todos são produtores. Porém, muitas vezes, eles não têm nem tempo de ver os seus direitos, então nós temos que ajudar da porteira para dentro”, destacou.
Tang também afirmou que os produtores de leite normalmente saem em desvantagem nas negociações dos programas governamentais, na comparação com outras categorias, mas espera que as novas medidas de proteção anunciadas, embora tímidas, ajudem o setor. “E queremos, sim, que Deus abençoe a nossa família Gadolando, os nossos produtores, para que possamos ter um ano com colheitas melhores, produção melhor de alimento para nossas vacas, e um pouquinho de lucro. E que paremos de entregar leite e passemos a vender leite, e que esse leite não caia muito de preço e que na próxima reunião do Conseleite o preço segure um pouco”, projetou.
Por fim, o presidente da Gadolando referiu sobre as consequências para o setor de mais uma fase da operação Leite Compen$ado, que investiga fraude no processamento do produto. “Nós, produtores de leite, temos que processar judicialmente, queremos medida protetiva, como pode o “alquimista”, usando conhecimentos químicos, ser reincidente? Nós temos que proteger o leite, ele não pode se aproximar de um balde de leite, não pode se aproximar de um tanque de leite e nós temos que processar esse indivíduo por lesar os produtores. Processar econômica e moralmente, porque temos um leite que é um dos melhores. E para chegarmos a esse patamar, tivemos que investir muito”, enfatizou.
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