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Gafanhoto vira fertilizante: ENTENDA



Pesquisadores do Quênia estão transformando o que era um grande problema numa solução, ao produzir fertilizante a partir de gafanhotos. Isso foi possível após os investigadores descobrirem que esses insetos vorazes têm uma rica composição de nitrogênio e outros macronutrientes que enriquecem os solos e ajudam no cultivo. Nos últimos quatro anos, um surto de gafanhotos que atingiu partes da África Oriental e do Oriente Médio, destruindo centenas de milhares de hectares de plantações. Foi então que entrou em cena uma iniciativa da empresa de agricultura regenerativa The Bug Picture (TBP), com sede no Quênia e focada em projetos de sustentabilidade baseados em insetos. “Ninguém estava preparado para a infestação, pois não tínhamos gafanhotos do deserto há 70 anos. Tenho visto os benefícios dos insetos para as pessoas e para o meio ambiente, por isso fui compelida a agir. Gafanhotos do deserto são apenas nuvens de proteína e nitrogênio voando pelo céu. Então, como poderíamos colhê-los? Foi isso que saímos para descobrir”, disse Laura Stanford, fundadora e diretora da TBP. A empresa criou um programa para colher e converter gafanhotos do deserto em adubo composto usando um processo simples de moagem e compostagem. No modelo adotado, os moradores dos locais infestados recebem cerca de US$ 0,46 por quilo de insetos – criando assim uma fonte de renda para as comunidades afetadas. Além do biofertilizante de gafanhotos do deserto, a empresa e seus parceiros também desenvolveram oito formulações de ração animal usando gafanhotos do deserto como base. “Em seis semanas em que estivemos no solo antes de sermos fechados pelas restrições de viagem do COVID-19, cerca de 4,3 toneladas de gafanhotos do deserto foram colhidas pelas comunidades com as quais trabalhamos. Para nós e nossos parceiros, vemos isso como um grande sucesso”, dissee Laura. A preparação do fertilizante leva seis semanas e envolve a compostagem de gafanhotos do deserto moídos em um ambiente controlado, misturados com juncos secos, talos de milho, feno ou palha. A mistura é colocada em uma área à prova de chuva, coberta com uma camada de solo florestal e revirada a cada três ou quatro dias para facilitar a compostagem. Para enriquecer a mistura é usada uma combinação de melaço dissolvido em água não clorada.

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