O que o agronegócio precisa mostrar para a sociedade urbana?
O agronegócio é um dos principais motores da economia brasileira, representando cerca de 23% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Além disso, é um dos maiores campos de investimento e geração de empregos, com mais de 18 milhões de postos de trabalho com carteira assinada. “É nosso dever informar os benefícios do agro no Brasil e no mundo à sociedade urbana. Por mérito, somos um país rico no campo e é extremamente importante reforçar essa imagem, com objetivo de trazer orgulho e admiração. Afinal, estamos falando da produção de alimentos que colocam comida na mesa de mais de 1,3 bilhão de pessoas no planeta”, ressalta Ricardo Nicodemos, vice-presidente da ABMRA e coordenador do 13º Congresso de Marketing do Agro ABMRA, realizado pela Associação Brasileira de Marketing Rural e Agronegócio (ABMRA). Nicodemos foi moderador do painel “Percepções sobre o agro e como torná-lo motivo de admiração dos brasileiros e do mundo”.
Para Adriana Brondani, consultora e fundadora da Biofocus Hub, existe uma grande desconexão entre o campo e a sociedade urbana. “O público das cidades tem mais preocupação com biodiversidade, impactos socioeconômicos, mudanças climáticas, sistemas alimentares, água e efeito estufa”. Ela comenta sobre pesquisa feita em 2019, que mostra que 86% dos brasileiros acham necessário promover mudanças genéticas em plantas e animais para melhorar a saúde humana.
Há cerca de quatro décadas, o Brasil era importador de alimentos. Porém, já deixou de ser um país de insegurança alimentar para se transformar em uma das maiores potencias agropecuárias do mundo. “O agro, especialmente no nosso país, é motivo de constante admiração. Devemos levar em conta que nesse período a produção de grãos aumentou cinco vezes, o setor florestal evoluiu a produtividade em 150%, o rebanho de bovinos dobrou, a produção de carne cresceu 59 vezes e o custo da cesta básica diminuiu 41,5%”, comemora Bruno Brasil, chefe da Secretaria de Pesquisa e Desenvolvimento da Embrapa. Para ele, a ciência e a tecnologia são fatores essenciais para essa evolução. “A expectativa para os próximos 10 anos é que haja ainda mais convergência tecnológica, protagonismo do consumidor, agregação de valor das cadeias produtivas, intensificação e sustentabilidade”, diz.
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