Pêssegos com tecnologia da Embrapa ganham mercados no Hemisfério Norte

Há duas safras, produtores brasileiros de pêssego têm aproveitado um intervalo de produção das safras do Hemisfério Norte para exportar a fruta para França e Canadá. Entre os motivos que levaram a essa conquista estão duas variedades desenvolvidas pela Embrapa Clima Temperado (RS), a BRS Kampai e a BRS Fascínio. Os frutos de ambas somaram mais de 60 toneladas nas exportações brasileiras de pêssego em 2020.
Segundo a pesquisadora Maria do Carmo Raseira, uma das responsáveis pelo desenvolvimento das variedades, o volume exportado ainda é pequeno, porém, abre um caminho que pode ser expandido. “Ver o pêssego daqui exportado tem um significado muito importante, pois são frutas de cultivares brasileiras e cultivadas no Brasil”.
As variedades BRS Kampai e BRS Fascínio se destacam para exportação, segundo a pesquisadora, principalmente porque apresentam firmeza suficiente para aguentar cerca de 12 horas de transporte aéreo sem danos, além da boa cor e sabor. As variedades de polpa branca, como é o caso de ambas, geralmente são muito macias. Há mais de uma década, a pesquisa da Embrapa priorizou melhorar a firmeza deste tipo de polpa, resultando nessas variedades.
Participação do produtor é fundamental
Além das características do material, a pesquisadora destaca o trabalho dos produtores no manejo dos pomares para a expressão da qualidade das cultivares. “As variedades têm potencial genético. Mas, a expressão desse potencial depende muito do trabalho do produtor, por isso, há muito mérito deles”, completa.
A propriedade Irmãos Parise, localizada em Jarinu (SP), é a responsável pela exportação. Há cerca de 30 anos, a família se dedica à produção de frutas para o mercado interno, sendo o pêssego o carro-chefe. São 19 anos com a cultura. Eles também produzem atemóia, caqui, pitaya, lichia, tangerina, goiaba e manga. O objetivo é trabalhar com um leque diversificado de frutas para produzir e comercializar durante o ano inteiro.
As primeiras frutas exportadas pela propriedade, em 2018, foram a atemoia, o caqui e a lichia, dado o volume de produção e a qualidade adequada ao cliente externo. Atualmente, o mercado para essas frutas no Canadá e União Europeia já está consolidado. O próximo passo foi a inserção do pêssego no mercado internacional.
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