RS terá ovos certificados com a garantia de bem-estar animal
Os avicultores do Rio Grande do Sul que se dedicam à produção de ovos já podem procurar a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) para obter informações sobre a adesão ao Programa de Certificação Ovos Plus Quality, lançado ontem pela entidade em parceria com outras instituições do setor. O programa visa a qualificar as granjas de aves poedeiras, levando em consideração critérios de bem-estar animal exigidos pelo mercado consumidor nacional e internacional e pela decisão já anunciada por grandes empresas do varejo de comprar ovos apenas de galinhas livres num prazo de cinco a dez anos.
De acordo com a zootecnista e consultora técnica do Programa Ovos RS, Raquel Melchior, o sistema tradicional (com galinhas confinadas em gaiolas) responde hoje por 89% da produção mundial de ovos, mas há um movimento forte para que o setor avance na produção de ovos de galinhas livre e em sistemas de confinamento que priorizem o bem-estar. “O programa que lançamos antecipa as ações para que os produtores se enquadrem nestas exigências”, afirma. Raquel destaca que o Ovos Plus Quality conseguirá certificar os sistemas cage free (aves livres de gaiola mas confinadas em galpões); free range (livres de gaiola e com acesso fora dos galpões); caipira (livres de gaiola e enquadrados na norma ABNT 16.437/2016); ovos de codorna e sistema tradicional (em gaiolas, mas com redução de densidade por alojamento). Por enquanto, a certificação não incluirá a produção de ovos orgânicos.
A zootecnista adianta que no site Ovos RS o produtor vai encontrar todas as informações necessárias para se candidatar à certificação, os critérios técnicos que deverá atender – sanidade, manejo e nutrição, entre outros – e até mesmo um simulador da necessidade de investimentos conforme as características da propriedade. “O investimento vai variar com a estrutura de cada granja e com a sua capacidade de produção”, acrescenta.
O presidente executivo da Asgav, Eduardo Santos, explica que a adesão à certificação é voluntária, mas que tem o objetivo de valorizar o produtor, o qual poderá exibir nas embalagens as informações de origem do produto, dando ao consumidor a chance de escolher o alimento que atende suas crenças. O ovo certificado, num primeiro momento, avalia Santos, pode custar até 30% mais caro ao consumidor, uma vez que o processo de adequação vai implicar em investimentos e, eventualmente, na diminuição do plantel da granja.
Comments